Entre tantas outras experiências, algo me marcou na minha última visita a Floripa: uma garota que chegou à praia perto do meio-dia, vestindo uma roupa que não combinava com a situação. Ela sentou, meditou, leu, olhou o mar e foi embora logo depois. Imaginei que ela estivesse dando uma pausa do trabalho e pensei: "que sonho, a tarde dela vai ser tão incrível".
Viver no litoral sempre foi um sonho para mim. Sempre fui apaixonada por praia e não perdia uma oportunidade de colocar o pé na estrada e ir ver o mar. Mas era um sonho guardado em uma gaveta, sem pressa para acontecer.
Me abrir para o trabalho remoto foi o ponto inicial para minha perspectiva sobre esse sonho mudar. Digo "me abrir", porque a Brivia já falava sobre nomadismo há um tempo.
Foi preciso uma pandemia para entender que, sim, com uma boa gestão, boa cultura e boas ferramentas, o trabalho remoto funciona e funciona muito bem. As pessoas podem ser ainda mais produtivas, e o comprometimento não depende de localização geográfica.
Além disso, o trabalho remoto possibilita que a gente ganhe o que há de mais precioso na vida: tempo, para usar como quisermos.
Mas eu demorei para entender o que mais fazer com essa oportunidade que estava à minha frente.
Depois de quase um ano trabalhando dessa forma, surgiu uma viagem não muito planejada para Floripa.
Foram alguns dias sozinha na ilha, vivendo-a de uma forma diferente, conhecendo um outro lado que me encantou. Encontros e conversas inesperadas, um choque de energia positiva, lugares incríveis: me senti abraçada pela cidade.
E, sem ter parado antes para pensar de verdade sobre isso, de repente, percebi. E foram apenas alguns segundos para decidir: eu posso e preciso morar aqui.
Comecei a me preparar e veio a parte de comunicar família, Brivia, amigos. Alguns demoraram a entender. E o incentivo que veio mais imediato, na vibe de "você precisa mesmo se jogar e vai ser lindo", veio aqui da empresa, das minhas lideranças da época.
Tirei meu pé do chão e me permiti arriscar.
Arriscar ir para uma cidade onde eu não conhecia ninguém, longe de toda a minha família e amigos, onde seria apenas eu comigo mesma. Com muita sorte, manteria as amizades que fiz na última visita - e mantive. Mas ter o mar por perto, isso era muito para mim.
Ao mesmo tempo, com a segurança de me manter conectada a uma empresa que tem uma cultura que eu respeito e admiro muito, que faz parte da minha história há muito tempo. E que me apoiou na minha decisão.
Entre outros capítulos - muito importantes, mas que não cabem aqui -, a mudança foi muito rápida e fácil também. Não houve período de adaptação, me senti em casa desde o primeiro dia.
Três anos depois, minha rotina com a empresa não mudou por estar aqui. Na verdade, nunca mudou. Mesmos horários, mesmo comprometimento, mesma entrega. Mesma troca com o time. Mesma disponibilidade que meus clientes precisam.
Mas eu mudei muito. Viver meu sonho me tornou mais leve. E tenho certeza de que isso tem impacto positivo no meu trabalho também.
Também me sinto diariamente grata pela oportunidade dessa mudança. E a Brivia teve um papel fundamental nisso.
O mais incrível de tudo para mim é que tudo o que me encantou na minha última visita, hoje faz parte da minha rotina. Meus intervalos sempre incluem pé na areia, sol e mar. E eu volto renovada, é mesmo inspirador demais.