Márcio Coelho
O debate sobre a inclusão e o respeito à diversidade já não é mais um assunto que apenas tangencia a estratégia das empresas. Ele ganhou um papel absolutamente central. Há uma série de aspectos de fundo que estimulam esse movimento — relacionados a propósitos, valores, dignidade e humanidade. Mas, cada vez mais, essa busca pela pluralidade tem também gerado reflexos nos resultados e no próprio modelo de negócio das organizações.
Cada um de nós possui características próprias: desejos, sonhos, comportamentos e estilos muito pessoais. Nos identificamos com grupos, é claro — mas, ao fim e ao cabo, fazemos parte da menor das minorias: a do indivíduo. E é assim que cada pessoa espera ser atendida, incluída e respeitada em suas expectativas singulares.
Em meio à transformação digital, a tecnologia abriu várias possibilidades para isso. Garantiu que empresas enderecem soluções customizadas e pertinentes a determinados públicos — e a cada um dos indivíduos que fazem parte dele. Se antes o consumidor poderia ser visto como uma grande massa uniforme, hoje ele é multissegmentado e plural.
Quem não entender esse contexto e falhar em atender esses requisitos sucumbirá à concorrência. Para as empresas, é impossível respeitar a particularidade de seus clientes sem um olhar multifacetado e diverso. A oferta de um negócio precisa garantir uma visão que contemple todos os ângulos e pontos de vista.
Tudo isso começa, é claro, dentro da própria empresa. Quando um time é composto de forma plural, embarcando diferentes backgrounds culturais, regionais e pessoais, o resultado será mais efetivo e natural. Com esse repertório tão diverso, é possível enfrentar de fato e com profundidade os desafios dos negócios. E o atendimento às expectativas dos clientes é consequência disso.
O olhar de diversidade das empresas precisa ser amplo, inclusivo, dedicado — e, mais importante, verdadeiro. Diante de um mundo que muda tão rapidamente, com tantas transformações e novas possibilidades, estar atento a essa perspectiva é uma questão de sobrevivência. Cada pessoa precisa ser vista, respeitada e atendida pelas tantas características que a fazem única. E que nos tornam, enquanto sociedade, muito melhores.
Artigo publicado originalmente em Metrópoles