Você já percebeu o impacto dos ecossistemas no mercado de varejo? No Brasil, gigantes como Magalu, Carrefour, B2W, Rappi, GPA e outras empresas adotaram esse modelo de negócios. Mais do que criar diferentes produtos e serviços, a estrutura se conecta a outras empresas para impulsionar a inovação dentro da sua rede. Um dos caminhos é o cross-industry.
Na era do conteúdo, as empresas continuam buscando os melhores produtos e serviços, mas com um pequeno ajuste de rota nessa viagem.
O objetivo é oferecer também entretenimento, serviços financeiros, meios de pagamento, notícias, informações e outras soluções que combinem com o estilo de vida de seus atuais e potenciais clientes.
Esse universo vem se consolidando no varejo por meio de diferentes aquisições. Essa conexão leva os negócios envolvidos na transação a outro nível, abrindo novos caminhos para o crescimento. E as possibilidades são grandes.
Quais são os exemplos de movimentações de ecossistemas brasileiros?
Essa consolidação de ecossistemas dentro do varejo mostra como as empresas que atuam nesse mercado seguem evoluindo em seus processos de Transformação Digital. A seguir, nós relacionamos alguns movimentos que foram realizados na busca por se posicionarem como ecossistemas.
1. Magalu
Há algum tempo a Magalu, antiga Magazine Luiza, vem reforçando o seu posicionamento como ecossistema. Entre as movimentações mais conhecidas estão a aquisição do e-commerce especializado no segmento de tecnologia KaBum! por cerca de R$ 3,5 bilhões.
Outro negócio importante foi a aquisição do Jovem Nerd, maior plataforma multimídia voltada para o público geek do Brasil.
2. Americanas
A Lojas Americanas adquiriu 70% do Grupo Uni.co, dono das lojas Imaginarium, Puket, Mind e Lovebrands. O marketplace da B2W, que engloba Americanas, Submarino, Shoptime e Sou Barato, avançou de 46,8 mil lojistas parceiros para 87,3 mil em apenas 1 ano.
3. Renner
A grande rede varejista deu o seu primeiro passo na construção de um ecossistema de negócios ao anunciar a compra do Repassa, um brechó on-line que atende todo o Brasil. O trabalho tem como objetivo mostrar que o fast fashion pode ter um viés mais sustentável, até porque inovação não é só sobre tecnologia.
O que isso tem a ver com Cross Industry?
A inovação Cross Industry muitas vezes surge dentro de ecossistemas. Ela é uma metodologia que busca inspiração e soluções em áreas que não se relacionam com o segmento da sua empresa.
Paralelamente, já ouviu a expressão “pensar fora da caixa”? Quem trabalha com a inovação Cross Industry segue à risca esse conceito e busca soluções em outros setores e áreas, e alcança possibilidades ainda nem cogitadas.
Uma grande varejista pode disponibilizar crédito para os seus clientes. Uma empresa de transporte entra para o ramo de alimentos. Um banco super tradicional decide criar os seus canais de conteúdo para dar notícias sobre economia, finanças e negócios.
Tudo isso tem a ver com inovação Cross Industry. E, a partir desses estudos e buscas em outros mercados, podem surgir concorrentes inimagináveis.
O que podemos aprender com a Cross Industry?
Tanto ecossistemas quanto cross-industry envolvem mais do que um marketplace, lojas físicas, controle de estoque e cadeia de suprimentos ou apenas uma solução de pagamentos. Ao buscar empresas de outros segmentos e conectar ao mercado varejista, automaticamente a empresa cria novas possibilidades e serviços para o mercado.
Com um forte crescimento no número de fusões e aquisições de empresas do mercado, além de ampliar a capilaridade e o alcance da marca para mais consumidores, ela também rejuvenesce a base de consumidores por meio da tecnologia.
O conceito reforça a tese de que quanto maior uma companhia é, mais ela pode crescer com o tempo. Dessa maneira, as empresas do mercado varejista estão indo para além do limite de suas possibilidades. Veja exemplos, como:
• Natura
A empresa de cosméticos iniciou operações de crédito para financiar estudos das consultoras que trabalham com a marca e os seus familiares. O projeto está sendo realizado em parceria com a fintech Mova.
• C&A, Renner e outras varejistas
As empresas que têm foco em moda e vendas de roupas também estão migrando para os serviços financeiros. A Renner criou o programa Realize e a C&A, o C&A Pay, um cartão digital grátis, sem anuidade, com crédito pré-aprovado, entre outros benefícios.
• ViaVarejo
A Via Varejo lançou o banQi em parceria com a fintech americana Airfox e logo depois adquiriu o controle total do negócio. O objetivo é popularizar os serviços financeiros no Brasil.
Como a Transformação Digital pode ajudar?
Para seguirem vivas em um mercado tão competitivo, as empresas varejistas tiveram que correr atrás de diferentes formas de inovação. O primeiro passo foi implementar a Transformação Digital. O segundo, olhar para a cross-industry.
Mas, voltando para a primeira, como a Transformação Digital pode ser aplicada? Existem 3 pilares essenciais para o sucesso da estratégia e nós falaremos sobre eles a seguir.
1. Processos
Inteligência Artificial, Machine Learning, Cloud Computing e outras soluções tecnológicas são essenciais para mudar os processos e implementar a Transformação Digital.
Com essas soluções, as empresas varejistas ganham eficiência na experiência do cliente, melhoram sua leitura e análise de dados, além de obter mais tempo para dedicar à parte estratégica do negócio.
Lembrando sempre que o objetivo da tecnologia, seja na Transformação Digital ou no conceito cross-industry, é justamente a automação de processos burocráticos para que as pessoas tenham mais tempo para atuar estrategicamente.
2. Pessoas
Depois de pensar em processos, prepare as pessoas. Elas são os verdadeiros agentes transformadores nesse processo de mudança. Disponibilize cursos, workshops e rodas de conversa que abram a mente dos funcionários para a inovação.
Trazer startups e novos modelos de negócio também ajuda a abrir portas para a tecnologia.
3. Tecnologia e Dados
Tudo precisa ser monitorado, mensurado, analisado e reportado. Saber quais dados coletar e como examinar essas informações é essencial para levantar novos insights nas áreas de vendas, marketing, produtos, atendimento, experiência do cliente e tecnologia.
Só não se esqueça que tudo precisa estar de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).
Gostou do conteúdo? Salve e compartilhe.
Lidar com o Cross Industry não precisa ser um problema para as empresas que atuam no mercado varejista, assim como implementar a Transformação Digital.
Por isso, quando os líderes decidem trazer a inovação para dentro de suas empresas, essas mudanças devem fazer parte e serem intrínsecas à cultura.
Com isso, tudo se torna muito mais ágil, integrado, inteligente e tecnológico, otimizando custos e promovendo melhores resultados.
Agora que nós desmistificamos o Cross Industry e mostramos pra você um novo caminho para a Transformação Digital no varejo, o que você está esperando para digitalizar a sua empresa?
Temos um e-book completo sobre A Transformação Digital no Mercado Varejista. Acesse a página, faça o download e aproveite!