A era digital, principalmente com o surgimento das redes sociais, deram maior voz ao consumidor final, que está cada vez mais exigente — buscando produtos com os quais realmente se identifica. E essa é uma tendência de mercado.
Um relatório da Capgemini Research Institute. What Matters to today's Consumer revela que os compradores da Geração Z e Millennials estão agora mais propensos a comprar produtos diretamente das marcas.
A pesquisa também mostrou que mais de dois terços (68%) da Geração Z e mais da metade (58%) dos Millennials encomendaram produtos diretamente de marcas nos últimos seis meses, em comparação com 41% em média de todas as faixas etárias.
Ou seja, as empresas que atuam no mercado de Alimentos e Bebidas, estão diante de uma grande oportunidade. É a chance de inovar e criar diferentes soluções para se aproximar e entender o consumidor final, mudando o relacionamento dessas marcas com as pessoas.
A importância do conceito Cross Industry para o setor de Alimentos e Bebidas
A inovação Cross Industry é uma metodologia que busca inspiração e soluções em áreas que não se relacionam com o segmento da sua empresa.
É quando uma grande varejista disponibiliza crédito para seus clientes, uma empresa de transporte entra para o ramo de alimentos ou um banco tradicional cria seus canais de notícias sobre economia, finanças e negócios.
A ideia de buscar soluções em outros setores, pode abrir novas possibilidades, ainda nem cogitadas pelo segmento de Alimentos e Bebidas. É a oportunidade de estabelecer novas relações por meio da inovação.
Afinal, há uma forte tendência de aproximação entre a indústria de Alimentos e Bebidas e os consumidores finais, principalmente quando se fala em segurança e qualidade do produto.
A chamada “hiperconsciência alimentar” transformou diretamente o que os clientes buscam para comer ou beber e mostra a importância das indústrias serem cada vez mais transparentes e eficientes.
Os processos de Transformação Digital vêm ajudando o setor a controlar melhor o processo de produção e principalmente trazer mais informações ao consumidor final. A fala do Gestor em Tecnologia da Informação, Fabricio Machado, ajuda a visualizar isso melhor: “O código de barras, o QR Code e o DataMatrix — antes importantes apenas para o relacionamento da indústria com o varejo — ajudam agora os consumidores a terem mais informações sobre os produtos”.
Além da mudança nos processos de produção, ações de marketing também são fundamentais. Conteúdos nas redes sociais ajudam a construir um relacionamento com o consumidor final e apresentar soluções que estejam de acordo com as suas necessidades.
Neste artigo, traremos alguns insights sobre estratégias que as empresas do setor de Alimentos e Bebidas têm utilizado para criar novas soluções e se aproximar do seu consumidor final. Acompanhe!
Transparência: o pilar do relacionamento com o consumidor final
Não é exagero dizer que um dos principais valores que os consumidores buscam em uma marca é a transparência. No ramo de alimentos e bebidas, isso quer dizer principalmente ser claro, objetivo e direto sobre a produção e composição de seus produtos.
Usar os canais digitais como redes sociais, podcasts, blogs, e-commerces, aplicativos e outras soluções é importante para facilitar esse tipo de comunicação e fornecer informações de maneira mais atrativa para os clientes é fundamental.
Vivemos em uma sociedade em que as pessoas passam boa parte do tempo conectadas às telas de seus smartphones. Segundo pesquisa da We Are Social e Hootsuite, os brasileiros passam 10 horas e 8 minutos por dia conectados à internet, sendo 3 horas e 42 minutos nas redes sociais.
Outro dado importante foi registrado pela GWI Digital Analytics que mostrou que o usuário típico da internet passa 3h29 por dia conectado no seu telefone celular.
Sem dúvida, essa iniciativa de criar pontos de contato nesses canais é uma forma de aproximar a relação entre a sua empresa e o consumidor final. E não falamos só de conteúdo, viu?
› Veja alguns exemplos
A utilização de QR Codes, já mencionada, é um bom caso. Ele funciona como um código de barras, com a diferença que o consumidor final pode interagir com essa tecnologia.
O código fornece conteúdos como vídeos, fotos e textos sobre o produto que proporcionam uma experiência de compra totalmente diferente.
A Nestlé já implantou essa tecnologia em todos os seus produtos, e o primeiro item a receber esse código foi o KitKat. Por meio do código escaneável, o usuário é direcionado para uma página na internet com informações como valores nutricionais e a história do alimento.
Outra coisa importante em tempos que boatos e informações falsas se proliferam rapidamente é se posicionar de maneira transparente sobre a origem dos seus produtos. Veja o caso da Campanha “Brahma está aberta. Pode perguntar”, da Ambev.
O objetivo da ação foi esclarecer dúvidas dos consumidores sobre a bebida.
Para fazer isso, uma equipe de mestres-cervejeiros permaneceu online durante 15 dias e respondeu às perguntas do público sobre ingredientes, produção e tipos de cerveja. As interações ocorreram nas redes sociais da marca.
Isso nos leva à segunda dica.
› Presença digital faz toda diferença!
A democratização da internet fez com que o digital se tornasse indispensável para atingir um público ainda maior e posicionar adequadamente as marcas. Essas estratégias também são valiosas para a indústria de Alimentos e Bebidas.
Segundo dados da Agência Pública, o Brasil tem em torno de 134 milhões de usuários de internet, ou seja, uma média de 3 a cada 4 pessoas. Para fazer isso, investir em dois tópicos é fundamental: aplicativos, e-commerce, blog institucional e redes sociais.
Durante o Fórum de Marketing Digital, Roberto Pasqualoni, gerente de Marketing da Bauducco, apresentou um caso de como foi possível aumentar em 12% as vendas de um produto a partir de uma estratégia de relacionamento nas redes sociais.
Caso Bauducco e Colomba Pascal
Ele conta que a Colomba Pascal apresentava dificuldades de venda. A ideia foi reformular o produto para atender a um público mais jovem. A Bauducco, então, firmou uma parceria com a Snickers para lançar um novo sabor e ter mais potencial de penetração neste público.
A principal estratégia utilizada foi o marketing nas redes sociais. Conforme os usuários comentavam, todos eram respondidos em um curto período de tempo e de forma totalmente personalizada. Em menos de 72 horas foram mais de 100 mil reações.
Deu para perceber como já foi o tempo em que estar na internet era um diferencial? Atualmente, isso se tornou mais do que uma obrigação! Mas apenas estar lá não basta. Como o exemplo citado mostrou, atuar estrategicamente é fundamental!
› D2C: um canal de vendas direto com o consumidor
Quando pensamos na indústria de alimentos e bebidas, o mais comum é associar esse ramo a negócios focados em vendas somente feitas por intermediários, como supermercados, lojas, restaurantes e outros estabelecimentos.
Por muito tempo, isso foi verdade. Afinal, abrir uma loja especificamente para atender as pessoas exigiria um investimento enorme e poucas empresas seriam capazes de fazer.
No entanto, com o crescimento do e-commerce, o D2C (Direct To Consumer ou Direto Ao Consumidor) surgiu como uma ótima alternativa para aumentar as vendas nesse segmento de mercado.
O D2C é voltado para indústrias que visam estabelecer relações diretas com o consumidor final, sem passar por mediações. Um estudo de 2019 da empresa Salesforce revelou que 99% das marcas de Alimentos e Bebidas líderes de mercado já estão investindo em estratégias D2C.
Por isso, criar formas de impactar diretamente o consumidor final por meio de uma estratégia D2C pode ajudar a expandir seu público e aumentar as suas vendas.
No entanto, a melhor forma de trabalhar essa estratégia é captar o máximo de dados possível sobre os seus consumidores. E isso só é possível por meio da Transformação Digital.
› O reposicionamento sempre é uma opção
Por fim, uma última tendência do ramo de Alimentos e Bebidas para se aproximar do consumidor final é o reposicionamento no mercado.
Apesar das soluções digitais terem crescido muito durante a pandemia, 72% dos compradores esperam ter interações significativas com as lojas físicas conforme a melhora das medidas de isolamento e problemas causados pela pandemia.
Essa pode ser uma boa oportunidade para aqueles que pretendem seguir o caminho de reposicionamento com o objetivo de se aproximar do consumidor final, como a Swift, por exemplo, que tornou-se uma marca de varejo lá em 2015.
Na época, a mudança já envolveu o reposicionamento no mercado para torná-la próxima do consumidor, incluindo modificações no logo e na comunicação da empresa.
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Quando os líderes decidem trazer a inovação para dentro de suas empresas, buscando se aproximar do seu consumidor final, essas mudanças devem fazer parte e serem intrínsecas à cultura.
Com isso, tudo se torna muito mais ágil, integrado, inteligente e tecnológico, otimizando custos e promovendo melhores resultados.
Agora que nós mostramos para você como se aproximar do seu consumidor final, o que você está esperando para incorporar novas estratégias à sua empresa?